A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) divulgou, nesta segunda-feira (02), uma nota sobre a atual situação orçamentária da instituição. No comunicado, a universidade informa que o campus A.C. Simões, incluindo o Hospital Universitário Professor Alberto Antunes, correu o risco de ter a energia elétrica cortada pela Equatorial Alagoas devido à inadimplência.
O caso aconteceu na última quinta-feira (29), quando técnicos da concessionária estiveram no campus em Maceió para notificar a instituição sobre a possibilidade de suspensão do fornecimento, em razão de uma dívida que já ultrapassa os R$ 3 milhões.
Segundo a Pró-reitoria de Gestão Institucional (Proginst), o atraso nos pagamentos ocorre por causa do contingenciamento orçamentário imposto pelo governo federal desde o início do ano, que limita os repasses mensais a apenas 1/18 do necessário para cobrir os custos da universidade. A dívida inclui contas em aberto dos campi A.C. Simões, Arapiraca e do Sertão, referentes aos meses de fevereiro, março e abril.
Diante da ameaça de suspensão do serviço, a reitoria da Ufal, por meio do Gabinete da Reitoria, Vice-Reitoria e Pró-reitoria de Infraestrutura (Proinfra), encaminhou um ofício à Equatorial solicitando a manutenção do fornecimento de energia, destacando a natureza pública da instituição e o caráter essencial dos serviços prestados.
A universidade também solicitou uma reunião com a concessionária para tentar negociar os débitos, mas o cenário segue crítico. A administração central já alertou a comunidade acadêmica sobre a impossibilidade de manter todas as atividades da instituição, especialmente se houver cortes de energia.
Além das contas de luz, a crise orçamentária afeta outras áreas, como o pagamento de bolsas acadêmicas, que também está suspenso. Segundo a Ufal, o orçamento atual de R$ 103,9 milhões está muito abaixo das necessidades reais da instituição, que seriam da ordem de R$ 213,8 milhões com correção inflacionária. A queda no financiamento público acumulada nos últimos dez anos é de 58%, em valores reais.
Apesar do anúncio de suplementação orçamentária feito pelos ministérios da Educação, Gestão e Inovação e Fazenda, na última terça-feira (27), ainda não há informações sobre valores ou prazos de liberação para a Ufal.
A universidade reforça o alerta a coordenadores, técnicos, docentes e gestores de projetos para estarem atentos ao agravamento da situação e aos riscos de paralisação das atividades.
*Estagiária sob supervisão da editoria